segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Bangkok: Os cheiros de Chatuchak!


As férias já acabaram, mas as lembranças da viagem estão mais vivas do que nunca! 
E eu vou aproveitar para compartilhar aqui no blog um pouco do que foi a minha primeira experiência na Ásia... ou Sudeste Asiático, para ser mais específico.

A primeira parada foi em Bangkok. Pra chegar lá, fiz uma escala em Londres entre dois voos de 11 horas cada, sendo o primeiro com a TAM e o segundo com a British Airways. Tudo quase perfeito, não fosse um atraso de duas horas da companhia... britânica(!). 

No aeroporto de Bangkok, passei tranquilamente pela imigração - tendo antes que passar pelo controle de saúde e apresentar a carteirinha internacional de vacina contra febre amarela (indispensável para quem viaja pra lá). 
Aeroporto de Bangkok - aqui eu estava estudando o ambiente...
Antes de viajar, li muitos relatos e vários diziam para tomar cuidado com assédio de taxistas não credenciados, para não pegar táxi sem combinar o preço, enfim, não cair nos golpes que muitos lugares tem (no Brasil, inclusive). Sentei um pouco e estudei o ambiente, para sentir como as pessoas agiam - adoro fazer isso, afinal, não tinha pressa pra nada... ;-) 
Acabei fechando com uma agência por segurança, mas acho que o táxi seria a metade do preço, mesmo se fizesse valor fixo. A gente aprende aos poucos... 

Cheguei ao hotel e logo fui recebido com o tradicional gesto de unir as mãos enquanto se inclina a cabeça, pronunciando Sa wat dee kha (quando dito por mulheres) ou Sa wat dee khra (quando dito por homens). É a saudação oficial e corresponde mais ou menos ao nosso "olá, como vai?", ou mesmo "seja bem-vindo". Não importa. Junte-se a isso os sorrisos, distribuídos com uma facilidade incrível, e eu já pensei de cara: vou gostar daqui.

Fiquei no Pullman Bangkok King Power Hotel, na área moderna da cidade, próximo de shoppings e grandes edifícios. Hotel muito bom. Recomendo! Sem contar que, graças à "força" da moeda local, você pode ficar em mega-hotis como esse pagando menos que pagaria numa pousada do nordeste brasileiro.

Pedi algo para comer no quarto (meu primeiro Pad Thai, o prato típico tailandês) e logo dormi para esquecer as 36 horas entre voos e aeroportos. 
Meu primeiro Pad Thai: macarrão de arroz, com frango, camarão, legumes e amendoim!
Acordei às 5h30 da manhã como se tivesse tirado um cochilo da tarde... foi muito bom, mas o horário, 9 horas à frente do Brasil, incomoda um pouco no primeiro momento. Depois acostuma, garanto!

O bom foi sair cedo logo no primeiro dia. Tomei o café no hotel - espetacular, por sinal - e parti para o mercado de Chatuchak, aberto aos fins de semana e considerado um dos maiores do mundo. 

O primeiro passo foi achar a estação do Skytrain (metrô elevado). O segundo, decifrar as tarifas e como comprar o bilhete. Optei pelo cartão com múltiplas viagens, pois teria 4 dias pela frente. Tudo escrito em tailandês, mas com tradução para o inglês... muito bom! Aliás, o skytrain é uma maravilha. Silencioso, moderno e com um ar condicionado abençoado!!!
Não é confortável? E o ar condicionado... ah, o ar condicionado...
Esse é o "trilho"por onde passa o Skytrain
Tres estações depois já estava no mercado. E foi ali que eu entrei de cabeça na cultura asiática. 
A torre do relógio, símbolo do mercado
Uma das avenidas de acesso ao mercado, com trânsito ainda tranquilo
Comecei a andar pelos corredores estreitos, sem olhar um mapa, sem saber que direção estava indo. Apenas andei. Nao pretendia comprar nada, então não precisava procurar. Apenas olhar. Andei, observei e senti os cheiros que me encontravam - ou me perseguiam em cada trecho do mercado.
Corredores estreitos e muita mercadoria por todo lado
A maior parte das barracas fica em área coberta, o que, estranhamente, diminui o calor, apesar da pouca ventilação. Os mais de 35ºC do domingo ensolarado eram sentidos cada vez que um dos corredores terminava numa área externa, também repleta de vendedores.
Área externa, com barracas de frutas
Decoração de Natal à tailandesa - lindo!
Assim que entrei, pensei em desistir, pois o cheiro de umidade meio apodrecida quase me derrubou. Alguns passos adiante e o cheiro foi substituído pelo de iguarias secas expostas aos montes em barracas de comida. Peixe, camarão, lula, polvo, tudo seco e com aquele cheiro característico e, pelo menos pra mim, nada agradável. Mas havia uma luz no fim do sétimo corredor. Ou seria do vigésimo sétimo? Não sei. Perdi a conta e nem queria mais saber de contar. Queria ver, sentir, viver aquele lugar. 
Flores
De repente, os 37 paraísos se abriram com aromas de sândalo, rosas e outros tantos cheiros das barracas de essências aromáticas, sabonetes, incensos e óleos perfumados. As águas fetidas e os peixes secos deviam se envergonhar de partilhar do mesmo ambiente destas criações divinas. Tudo agora parecia mais bonito. 

(Pausa para comentário extra-pauta: escrevi parte desse post no avião entre Phnom Penh e Kuala Lumpur e, enquanto escrevia o parágrafo anterior, duas mulheres indianas que estavam sentadas ao meu lado, trajando coloridos sáris, passaram algum tipo de bálsamo nas mãos e eu quase entrei em transe com o cheiro meio "vick vaporub", achando que minhas memórias olfativas do mercado estavam realmente mais vivas do que nunca...)

Voltando..

Outro cheiro que domina o mercado é o dos tecidos e das tintas que os colorem. 
MUITOS por cento do mercado são tomados por vendedores de roupas. De todo tipo. Camisetas pra turistas, roupas típicas, calças e sarongues de seda, túnicas, camisas, ternos, jeans, bermudas, lingerie, tudo!  
Roupas... muitas roupas!

Tecidos...

Mistura-se ao cheiro das roupas o cheiro forte dos artigos de couro e os artefatos de madeira. O artesanato em geral me pareceu mais industrializado, tipo fornecedor de lojas de 1,99... 
Badulaques... muitos badulaques!
Mas tem muita coisa bonita, é claro! Especialmente se você passar pela área de antiquários. Ali o cheiro não é outro senão o da história. Estatuetas, obras de arte, moedas, móveis, luminárias, tudo absolutamente encantador. Ficaria ali horas só olhando... só olhando mesmo, pois nenhum deles permitia foto de seus objetos e comprar não era o caso, ainda mais no primeiro dia da viagem.
Lustres, roupas, cerâmicas...

E assim o mercado desfila diante de você, sem deixar que se perceba o tempo passar.

Quase indo embora cheguei na parte onde se comercializa animais e artigos para pets. Meio triste, se pensarmos na vidinha daqueles cães, gatos, peixes, aves e algumas espécies estranhas de roedores. Algumas lojas ainda eram fechadas, com ar condicionado, mas a maioria deixava os animais em pequenas gaiolas num ambiente abafado... não curti muito essa área.

Aliás, a primeira impressão do grandioso Mercado de Catuchak foi estranha, confesso. Senti-me andando por um lugar meio proibido, talvez porque cheguei cedo e ainda havia várias lojas fechadas. Ou, talvez, porque a imagem que fazemos desses lugares sempre vem de correrias de bandidos, traficantes, submundo... 

Mas tudo nao passou da primeira impresão. Claro que vez ou outra imaginava uma correria qualquer, derrubando barracas e pessoas, gritaria... mas não aconteceu nada parecido...

Não parece que já já algum espião internacional vai passar correndo da polícia local??
Terminei a visita almoçando numa das barracas de comida, onde os cheiros, ah, os cheiros... eram novamente divinos! Ali degustei o meu segundo Pad Thai. 
"Praça de alimentação"
Meu segundo Pad Thai
É... foi uma boa forma de "entrar" na Ásia. Chatuchak e seus muitos cheiros. 
No próximo post, os templos de Bangkok.

Comente aí! Você gosta de mercados?

Até!

5 comentários:

  1. AUdorei essa aventura... Só não gostei da parte dos bichinhos passando calor no mercado!!!

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    1. Pois é, Toby, eu também não gostei... mas vamos acreditar que logo alguém os compraria e daria um lar, né? Obrigado por comentar!

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  2. Está aí uma coisa que sempre gostei de fazer em minhas viagens pelo Brasil, visitar os mercados. Gosto muito do mercado de BH, o mercado modelo em Salvador, o de Aracaju (estive lá no longínquo ano de ... não vou dizer). O nosso Mercado Municipal, aí incluo também as feiras-livres. O motivo? Justamente essa mistura de cheiros, quase todos agradáveis, mas se não passar no setor de pescados ou trancar a respiração! Tem também o aspecto visual, as cores e formas. Grandes "viagens" pelos mercados.

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    1. Muito legal, Guido! Também adoro os mercados. Entre esses que você citou, acho que o Mercado Central de BH é o que mais se aproxima do Chatuchak. Não no tamanho, é claro, mas talvez pelos corredores estreitos. Obrigado por comentar! Abraço!

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  3. Adorei seu blog... Poste mais vezes!!!

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