terça-feira, 19 de julho de 2011

Blogagem coletiva! Umas com tanto, outras com nada

Semanas atrás, numa tweeting conversation entre a Cláudia, Natalie, Carina, Patricia, Carmem e  Marcie, surgiu a ideia de listar os lugares que cada uma considerava "viu-tá-visto". Aí a conversa evoluiu e decidiram fazer também uma segunda lista - com cidades ou países para onde voltariam sempre. Como a idéia parecia boa, uma comentou aqui, outra comentou ali… no fim,  a notícia se espalhou e conquistou dezenas de adeptos. Diante disso, decidiu-se fazer uma blogagem coletiva.
Esse primeiro parágrafo é a introdução comum que todos os blogueiros usaram nessa #blogagemcoletiva. Para ler os outros posts do mesmo assunto, lá no final tem a lista dos blogs participantes. E, é claro, o JRviajando não podia ficar de fora. 
Ainda mais que esse é um assunto que sempre vem à cabeça quando visito uma nova cidade. Ou melhor, quando saio da cidade. A pergunta é inevitável: voltaria pra cá?


Eu vou me ater às cidades de fora do Brasil. Acho que voltaria para todas as cidades brasileiras que visitei... quer dizer.. não... tem algumas que não precisa... hehe...


Pois bem! Das "revisitáveis", a primeira cidade que me vem à cabeça é da época "pré-blog": Florença, na Itália. Eu a visitei na minha primeira viagem ao exterior, lá nos idos de 1994. Foi durante uma daquelas loucuras juvenis (que adorei fazer, mas não repetiria agora), quando, junto a um grupo de 12 formandos de engenharia, visitamos 11 países em 37 dias (!). De tudo o que visitei naquela maratona, Florença foi a cidade que ficou marcada como "eu quero voltar pra lá". Curiosamente, já voltei à Europa quatro vezes e nunca mais pisei em Florença. Coisas da vida... umas com tanto e utras com nada... ;-)


E tem aquelas cidades em que você vê, fica feliz por ter "cumprido aquela etapa", mas de cara tem a certeza que não precisa voltar. Ou ainda você percebe isso depois de um tempo. Às vezes parece que sempre vai dar vontade de voltar. Mas há cidades que vestem muito bem a carapuça do "viu-tá-visto". E as minhas são:
(Ah, se quiser saber das minhas experiências em cada cidade, basta clicar no nome delas... mas nem todas estão relatadas, desculpe...)


Milão
A vocação comercial da capital da moda e do design não me chama a atenção. Você tem que ver a Santa Ceia de Leonardo e assistir uma ópera no Teatro alla Scala. Mas não precisa voltar...
Acabo de voltar de uma viagem que começou por lá. Tem muitos atrativos e o povo é simpático. Mas não precisa ir duas vezes.

Oslo
Também estive lá recentemente. Talvez mereça uma revisita só para ver no que vai dar o monte de obras que invadiram a cidade. Mas fora isso, das capitais escandinavas Oslo foi pra mim a menos atraente.


Aqui o maior exemplo de que "pensando bem... a gente muda de idéia...". Digo isso porque quando escrevi o post sobre a cidade eu estava altamente animado e cheguei a escrever que Toronto é uma cidade para visitar muitas vezes (!). Tudo bem, pareço volúvel, eu sei, mas, ah... pensei melhor. Tenho dois amigos que moram lá e podem estranhar essa escolha. Mas realmente para visitar a cidade basta uma vez. É claro que há uma vida cultural agitada, excelentes museus, mas hoje o que me atrai para lá é realmente visitar os meus amigos. E isso eu faria em qualquer outra cidade em que eles estivessem!

Santiago
Vi, gostei, mas tá visto. Claro que tem restaurantes e vinícolas que não fui, mas não tenho vontade de voltar. E incluo na lista as próximas Viña del Mar e Valparaíso. Dificilmente eu vá passar uma temporada de veraneio por lá!


Caracas
Realmente não dá vontade de voltar. Até tem museus que merecem ser vistos, mas a cidade em si me causou má impressão. Só vale mesmo como passagem para Los Roques, no Caribe... ;-)


La Paz
Essa merece o "Troféu Viu-tá-visto" das minhas viagens. A Bolívia tem paisagens lindíssimas e lugares hipnotizantes. Mas sua capital é caótica e até meio assustadora. Pra ter uma idéia, nem achei as fotos que tirei de lá... sorry!


Agora as revisitáveis. E vá lá... ter vontade de voltar para um lugar é tudo que se espera de uma viagem, né não? Vamos à lista:


Ushuaia
Sim, eu quero voltar ao fim do mundo. O lugar é agradável, tranquilo, tem boa comida e um friozinho delicioso... (no verão, é claro!). Excelente para descansar. Talvez depois de uma nova visita eu me sinta satisfeito, mas hoje eu a classifico como cidade revisitável.

A cidade é tudo o que dizem. Bonita, elegante, simpática e vibrante. Alguns dias lá te farão bem feliz. E voltar sempre pode proporcionar novas experiências!

Veneza
Na última vez que estive lá descobri que caminhar sem rumo pelas ruas estreitas é uma diversão incrível. Quero voltar muitas vezes... pelo menos até saber andar da Praça de São Marcos à ponte de Rialto sem ler as placas... ;-)

Viena
Talvez a mais controversa das revisitáveis. Mas aquele ar "classudo" me encanta. E é um lugar maravilhoso para assistir a concertos e visitar museus.

Estocolmo
Estou ainda sob o efeito do encantamento que essa cidade impõe sobre seus visitantes. Quero voltar várias vezes e destrinchar cada uma de suas 14 ilhas.

Buenos Aires e Barcelona
A primeira tem a proximidade conosco como aliada, mas para mim é tal qual a segunda em termos de atratividade. Vida cultural e gastronômica intensa, povo acolhedor e constantes renovações nos atrativos turísticos as tornam eternas revisitáveis.



Paris
É a cidade que mais revisitei. Mesmo que fosse só de passagem, sempre dava tempo de uma caminhada sem rumo. E Paris é isso: a cidade onde flanar é a ordem. Andar sem rumo por lá é certeza de encontrar atrativos inusitados e sempre muito interessantes. Vi, revi, trevi e muitas vezes revisitarei! Afinal, sempre haverá Paris... (desculpe, esse clichê era inevitável nesse post!).

Londres
Como metrópole que se preze, tem atrativos suficientes para muitas e muitas visitas. Estive lá duas vezes e parece que ainda não vi nada. Além disso, está em constante renovação, sempre surpreendendo o mundo... Sem contar a preparação para as Olimpíadas do ano que vem... ai, ai.. que vontade que dá!

Nova Iorque
Vencedora do "Troféu Revisitável" das minhas viagens. Confesso que só estive uma vez, mas a vontade de voltar é quase incontrolável. Dispensa comentários. É revisitável e pronto!


E olha, faltou falar de Edimburgo (que eu voltaria!), Liubliana (também...), Liverpool, Cracóvia, Orlando (!)... ai, ai... pensando bem, quero voltar pra tudo!! ...rs... mas tem tanta cidade ainda pra visitar... é... a vida é assim... umas com tanto, outras com nada!


Até!


E agora, viaje nos blogs abaixo, informe-se, compare as impressões, enfim, divirta-se com os relatos sobre cidades, revisitáveis ou não, mas que nos fascinam por todo o mundo!
Blogs participantes da #blogagemcoletiva de 19 de julho de 2011 (outros podem entrar depois - confirme nos comentários):

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Louco por fiordes!

Um dos grandes objetivos dessa viagem certamente era conhecer um pouco dos fiordes noruegueses. Pois bem, isso aconteceu em Alesund, litoral oeste da Noruega, mais ou menos no meio do país. Melhor do que explicar, veja no mapa:
A viagem de Oslo a Alesund durou cerca de 6,5 horas até Andalsnes, o fim da linha de trem, e mais 2 horas de ônibus. Tudo passando por cenários deslumbrantes.





Alesund é um dos inúmeros pontos de saída de cruzeiros por fiordes na Noruega. Escolhi essa base para o meu passeio por não ser tão longe (sim, 8,5 horas de viagem na Noruega não é longe) e porque é próximo de um dos fiordes definidos como "patrimônio da humanidade" pela UNESCO, o Geirangerfjord. E foi lá que eu fiz o passeio de um dia.
Aliás, é bom saber que uma reserva antecipada desse passeio não faz mal a ninguém. Eu não tinha feito, então quase fico sem... Cheguei no hotel sábado à tarde e no check-in já perguntei sobre o passeio. Para minha surpresa, o pessoal do hotel não sabia informar... e ainda disseram que deveria estar tudo fechado, por ser sábado (!!!)
Ora, se estava fechado por ser sábado, imagine no domingo, meu único dia para o passeio...
Subi para o quarto e antes de qualquer coisa acessei a internet. O "tour" completo estava esgotado, mas dava para combinar outras opções e, melhor, aceitava reserva pela internet. Fiz a reserva e saí caminhar pela cidade.
Estranhamente a cidade não parecia turística. Tá certo que era uma tarde fria (em torno de 10º), mas para uma cidade base de tantos passeios, era muito estranho estar tudo fechado e as ruas quase desertas.



Mas o escritório de informações turísticas ainda não estava fechado e foi lá que uma simpática norueguesa morena (!) conseguiu um lugar para mim naquele tour completo. E ainda cancelou as reservas que eu tinha feito pela internet. Tudo dá certo no final... ;-)
Continuei a caminhada e subi no Monte Aksla, a grande atração da cidade, de onde, depois de 407 degraus, tem-se vistas lindas da cidade e do mar que a cerca.





Voltei pro hotel a fim de dormir cedo. Não podia perder a hora do passeio. Mas no meio da noite havia luz. Alesund não está em latitude onde o sol da meia noite é visível, mas mesmo assim aqui não chega a anoitecer completamente. Com isso e mais o barulho de uma juventude animada pelas ruas, só dormi depois da uma da manhã. Veja foto do sol das 21h30:
Detalhe: quase perdi a hora do passeio, mas como o porto era pertinho, bastou uma caminhada mais rápida e tudo deu certo. Entrei no navio e comecei a curtir. Vou postar as fotos sem muita explicação. Basta saber que o passeio consistia em várias etapas:1. Viagem no navio Hurtigruten de Alesund até o vilarejo de Geigranger, no final do fiorde de mesmo nome;
2. Viagem de ferry (navio que transporta veículos) de Geiranger até Hellesylt, outro vilarejo em outra ponta do fiorde;
3. Ônibus num pequeno trecho por cima das montanhas;
4. Um pequeno barco de passageiros, fechando a viagem e te deixando de novo em Alesund.
Esse é o navio Hurtigruten. É o mesmo que faz o cruzeiro de norte a sul da Noruega, parando em todos os portos.
Nem o frio afasta o povo do incrível visual

Visão da frente do navio

Esse é o "ferry", com área para passageiros também
 

Chegada ao vilarejo de Geiranger

Vista panorâmica do fiorde Geiranger a partir do vilarejo de mesmo nome
Vista de geleira, pertinho de onde o ônibus passava
 

Eu estive aqui!

Mapa de parte da viagem. Alesund está acima, ao norte. Navega-se até as duas extremidades - a da direita é Geiranger e a da esquerda é Hellesylt

Apresento-lhes um Troll, figura mítica, moradora das montanhas e que pode trazer sorte a que os tratar bem!

Vista do vilarejo de Hellesylt

O barco que encerra o dia de passeio
Em três palavras: vale a pena!
Até!

Trem na Europa... sempre uma aventura! (Pausa na descrição dos lugares)


Uma pequena pausa na descrição dos lugares que visitei para contar peripécias ferroviárias da viagem. 
A saída de Estocolmo teve seu momento de aventura. Para explicar, é bom saber que, mesmo quem tem o europasse, como eu tinha, é necessário fazer reserva antecipada de assentos. Às vezes é gratuita, às vezes custa  uma pequena taxa. No trecho entre Estocolmo e Oslo havia uma taxa e eu disciplinarmente fiz minha reserva um dia antes.
Ao chegar na estação, comprei água e alguma coisa para comer na viagem e, enquanto isso, com mochila nas costas, bolsa a tira-colo e empurrando mala de rodinha, coloquei o cartão da resrva no bolso da frente, para não perder. Olha só como é bonita e grande a Estação Central de Estocolmo:
Subi para a plataforma pela escada  (elevador quebrado) e fiquei feliz por estar lá com meia hora de antecedência. Até lembrei da minha aventura na Polônia, em 2009, quando passei por uma correria louca até achar a plataforma, pois tudo estava escrito em polonês. Mas dessa vez, tudo estava bem. Cheguei cedo, a plataforma era essa e o cartão de reserva estava... ops! 
Caiu do bolso.
Com a mochila nas costas, bolsa a tira-colo, empurrando a mala de rodinha, desci as escadas e corri pelos corredores apinhados de gente (era ali também o acesso ao metrô). Eu até olhava para o chão, na esperança de ver o cartão caído, mas meu objetivo era chegar nos guichês de reserva e comprar outra. Só que nessa de olhar pro chão, acabei perdendo a escada de acesso ao piso superior e aquela gente toda não parava de andar apressada para que eu pudesse me localizar! Quase gritei "PAREM!"... mas simplesmente voltei, refiz o caminho e finalmente achei a escada.
Subi, corri pelo saguão “bonito e grande” da foto lá de cima e cheguei nos guichês. Pedi licença para furar a fila e a moça simpaticamente me pediu para esperar apenas que ela atendesse a próxima senha. Durou uma eternidade, mas ela me atendeu. Expliquei o ocorrido e ela disse que eu teria que pagar nova reserva. Sem problemas! Isso era o de menos. Falta 15 minutos pro trem sair, moça!
Mas ela achou algo estranho na tela do computador e chamou o supervisor.  Os dois conversando em sueco na minha frente, àquela altura, parecia que eles tinham descoberto que eu era foragido da lei e que estava tentando burlar a rígida legislação sueca através do abominável ato de fazer uma segunda reserva...
Mas era simplesmente porque ela localizou a minha reserva anterior e perguntou ao supervisor se eu precisava fazer outra. Não precisava. Ela reimprimiu e eu não precisei pagar nada. Como aqueles cabelos loiros dos suecos às vezes parecem cabelos de anjo, né?
Com a mochila nas... aaahhh... embarquei e o trem partiu!

Antes de eu escrever a frase acima, outros acontecimentos merecem relato nesse post. Aliás, eu ia contar essa história acima e já falar dos fiordes noruegueses, mas os últimos fatos me fizeram mudar para um post sobre experiência adquirida em viagens de trem.
Eu estou escrevendo no trem de Oslo para Bergen, última parada na Escandinávia, antes de seguir o caminho de volta pra casa.
A chegada e a saída de Oslo está temporariamente afetada por obras gigantescas na região da estação central. Assim, você desembarca na última estação antes dela e lá há ônibus que fazem o restante do trajeto. Para sair, a mesma coisa. Mas as coisas não são assim tão organizadas... pode dar certo no final, mas a gente sente uma insegurança enorme enquanto não está sentado no seu lugar dentro do trem certo.
Com a aglomeração de gente e a tal desorganização aparente, a saída dos ônibus atrasou quinze minutos esta manhã. O trem esperou, é claro, mas isso faz a gente correr e esquecer algumas regras básicas em se tratando de embarcar num trem. Primeiro, certifique-se de que está no vagão certo. Se não tiver certeza, pergunte para alguém.
Eu vi o painel eletrônico do vagão e achei o meu rapidamente. Subi, guardei a mala de rodinha, tirei a mochila das costas e sentei no assento número 56 com a bolsa a tira-colo. Passado um tempinho, um senhor disse que eu estava no lugar dele. Mostrei meu cartão e ele disse que eu estava no vagão errado... e o trem começou a andar.
Olha, eu não sei os nomes certos, mas vou tentar explicar. Alguns trens mais modernos são formados por grandes vagões que se dividem em vagões menores. Esses vagões menores são numerados e dentro deles há os assentos, também numerados. A numeração dos assentos é seqüencial dentro de cada vagão grande e recomeça de um para outro. Ou seja, tinha assento número 56 nos dois vagões grandes daquele trem. O detalhe é que entre os vagões pequenos você circula livremente. Mas não há passagem entre os vagões grandes.
Assim, eu tive que esperar a próxima parada para ir até o meu lugar. Mas e a bagagem? Certamente não daria tempo de pegar tudo e trocar de vagão. Deixo aqui e pego quando chegar no destino, onde a parada é sempre mais longa. Estava decidido!
Chegamos na estação e eu troquei de vagão. Precisei dar uma corridinha básica, o que apenas me deu certeza de que não dava pra pegar a bagagem. Instalei-me no meu assento 56, liguei o notebook e escrevi a historinha sobre a estação de Estocolmo, que vocês leram acima. De repente, ao parar na estação seguinte, todo mundo se movimentou com bagagens e eu pensei: deve ser um lugar bem turístico, pra tanta gente descer... vou anot... ops!
Bem que eu ouvi que teria mais um trecho em que teríamos que trocar o trem pelo ônibus. Meu cérebro só não tinha entendido (do inglês do auto-falante) que não seria no fim da viagem e sim... agora!
Meu deus! E a minha bagagem?
Agora a corridinha não foi tão básica assim. Fechei o notebook, catei as coisas que tinha tirado da bolsa e saí correndo até o outro vagão, segurando tudo fora da bolsa, inclusive notebook, câmera, iPod... pra que tanta tecnologia, meu deus? 
Mas o desespero nem era tão necessário, pois cheguei lá e os últimos ainda estavam desembarcando. Mas e o medo do trem andar e levar embora minha mala de rodinhas e a minha mochila, com tudo dentro? E assim, peguei a bagagem e me juntei aos demais...

Depois, foi só entrar no ônibus, descer, entrar no outro trem, procurar o assento 56 e relaxar até Bergen. Foi o que eu fiz! Aliás, não só relaxar... deu tempo de terminar esse relato... ;-)

Viajar de trem pela Europa é sempre uma diversão. Você tem que passar por isso um dia! 
Quer dizer, talvez lendo essas experiências aqui no blog, quem sabe você tenha menos tensão e mais prazer... ou vai dizer que as vistas abaixo você teria viajando de avião:
Detalhe: estamos no auge doverão aqui... mas nessa altitude que o trem passa há muita "neve eterna"






No próximo post falo de Alesund e os fiordes.
Até!