Tomei o café no hotel. Não estava incluído na diária, mas paguei pela comodidade. Saí caminhando e a primeira parada era um teatro próximo, onde eu pretendia comprar ingresso para um concerto desta noite.
O primeiro comentário sobre Viena é que é fácil de se perder, especialmente nos cruzamentos de avenidas, pois há as avenidas, as marginais, as calçadas, as ciclovias, as vias do TRAM (bonde elétrico) e tudo isso ladeado por grandes palácios ou edifícios muito parecidos. O mapa para caminhar é essencial, pelo menos enquanto você se familiariza com a cidade.
Comprei o ingresso e continuei a caminhada em direção à praça da Ópera, aparentemente o centro de tudo. Lá havia um escritório de informações turísticas onde eu traçaria o plano do dia.
Uma boa surpresa foi a existência de um passeio a pé pelos principais pontos turísticos da região central, guiados por um áudio-guia. Você loca por três horas um tipo de palm top ou pocket PC, ou aparelho de MP alguma coisa, acompanhado de um mapa numerado e sai andando sozinho. Quando chega no local marcado por um número, basta clicar e ouvir.
Fui guiado por Mozart e a Imperatriz Elizabeth, a famosa Sissi, que, numa conversa divertida e informal, apresentam os palácios, praças e monumentos ao turista. Por enquanto só existe em inglês e alemão, mas não deve demorar para colocarem outros idiomas como italiano e espanhol. Uma bela idéia que ainda será muito copiada – se já não for cópia de outro lugar que desconheço.
E assim foi boa parte do dia. Veja os belos e suntuosos cenários da Viena eternamente imperial:
Depois do passeio dei uma parada no Sacher Café, uma instituição vienense. Foi aqui que Anna Sacher criou a receita da famosa Sacher Torte, a pedido da família imperial, que receberia visitas ilustres e o cozinheiro da corte estava doente. A partir daquela data a famosa torta se tornou referência turística da cidade e o café um ponto de movimento constante.
Almocei um prato típico austríaco: um tafelspitz, que é uma carne cozida, acompanhada de legumes, um molho à base de queijo e de novo aquele purê de maçã com raiz forte... simples, leve e delicioso!
Bem, como eu queria um dia calmo, não programei mais nada. Saí novamente andando sem rumo. Até pensei em entrar num museu, mas passei direto... hehe... como é bom fazer só o que dá vontade! Havia uma exposição de Edward Munch (aquele do quadro “O Grito”) e outra de Gustav Klimt (que eu vi com minha sobrinha Soraia em Liverpool e desta vez com o quadro “O Beijo”), mas deixei pra outra vez... eles certamente aparecerão na minha frente de novo.
Andei pelas ruas centrais entre lojinhas de souvenirs e cafés. Sabe aquele auto-controle de que eu me gabava? Pois é... perdi. Acabei comprando souvenirs, chocolates, sacher torte, enchi a mala! Mas é tudo tão bonito, de gosto tão refinado, que a gente não resiste. Minha sobrinha "austro-joaçabense" diria que o bom gosto é comum aos austríacos, não é mesmo?
Essa é uma vitrine de bonequinhos... verdadeiras obras e arte! Veja só os precinhos básicos na outra foto...
Já era quase cinco e meia da tarde e eu tinha que dar um pulo na estação de trem para trocar a minha mala de locker. É que a validade era só de 24 horas e eu só retiraria no dia seguinte. Se você não retira, eles recolhem e daí você precisa retirar no setor de achados e perdidos, pagando uma taxa. Não é exatamente um problema. Mas como eu tinha que pegar um sapato na mala, fui até lá.
Tentei ir de metrô e descobri que não tem estação de metrô na estação de trem. Um fato raro, diga-se de passagem. Tem estação do trem urbano, mas, sinceramente, não consegui entender seu funcionamento e achei melhor descer do metrô na estação mais próxima e ir andando – uma boa caminhada! Foi bom ter feito isso. Amanhã na hora de ir embora eu ia me bater bastante se não tivesse feito essa prévia agora. Com o agravante de ter horário para o trem.
Para voltar ao hotel perguntei sobre o TRAM e me explicaram que devia pegar a linha “D” que pararia bem perto do hotel. Nossa! Foi muito fácil! Por isso que não tem metrô. O tram é um metrô de superfície muito prático.
Voltei para o hotel para me arrumar para o concerto. Devido aos atrapalhos da ida, estava em cima do laço. Saí do hotel apenas meia hora antes da hora do concerto. Mas como era pertinho, não me preocupei. Nem mapa eu levei... ops!
Lembra o que eu disse sobre sempre ter um mapa na mão?
Pois é...
Momento tenso do dia: durou pouco, mas por uns quinze minutos fiquei dando voltas entre os prédios da região atrás do teatro. Perguntei, mas uns não sabiam e um casal de engraçadinhos me indicou o prédio errado. Fui ficando nervoso e com calor, apesar dos 3 graus de temperatura. Mas afinal, dez minutos antes do início, entrei no teatro. Foi como se ele tivesse aparecido de repente, pois eu jurava que tinha passado por ali...
O concerto que escolhi é um daqueles programas preparados para turistas. Não sou muito chegado nisso, mas pela música de Mozart, resolvi ir. No começo fiquei incomodado com o público tirando fotos, com a quantidade de japoneses... hehe... não é preconceito, mas quando digo “japoneses”, estou dizendo “turistas por excelência”.
Mas confesso que o concerto me cativou. A música era bonita, o teatro era lindo e o astral estava ótimo. Os músicos tocavam vestidos com roupas da época de Mozart, com perucas e tudo o mais. O maestro se aproveitou da “informalidade turística”, incomum na maioria dos concertos, e fez uma apresentação divertidíssima.
No programa, as peças mais populares do grande gênio austríaco, além de uma parte dedicada a Haydn, outro expoente da música, cujos 200 anos de morte se comemoram em 2009.
Devido ao temperamento brincalhão do maestro, o concerto foi de uma leveza incrível. Saí flutuando e terminei a noite caminhando sem rumo pelas ruas de Viena.
Voltei ao hotel sem me perder e dormi o sono dos justos.
Amanhã, rumo a Liubliana.
Até.
Que vontade de viajar pelo mundo!!!
ResponderExcluirQue delícia que é ler isso!!!
Continue...
Por favor!!!!!!
Continue!!!
Concordo com o Leo!
ResponderExcluirPor favor, continue com suas postagens altamente inspiradoras!!
Já disse, já repeti e continuo dizendo: tio, você é minha inspiração de viajante!
Muito obrigada por essa oportunidade que nos dá de conhecermos mais um pouco sobre cidades tão antigas, às vezes pequenas, mas tão inspiradoras!
Voto 2: CONTINUE!!!