sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Europa com neve?!? (4º Dia)

O meu segundo dia em Praga começou com neve! Isso mesmo. Abri a cortina do quarto e a paisagem lá fora era de filme. Não era uma nevasca, mas se manteve durante toda a manhã. Não chegou a acumular neve nos telhados porque ela caía misturada com chuva fina. Pra quem viu (e sentiu) uma nevasca em Toronto, isso aqui foi bobagem... hehe... Ô cara metido!

Bobagem ou não, é muito bom sair caminhando pela cidade com neve caindo. Dá outro astral! Sinta o clima:



Meu programa hoje era o Castelo de Praga. Bastou uma caminhada de 10 minutos e lá estava eu. A entrada para quem chega a pé é esta da foto abaixo. Rrepare nos dois guardas – não são soldados de chumbo, mas ficam igualmente imóveis e sem expressão, por mais que turistas engraçadinhos tentem fazê-los rir... Eu não fiz isso, juro – talvez porque estava sozinho... hehehe



Aqui vai uma dica importante: Praga, assim como outras cidades turísticas, tem seu “Prague Card”, que pode ser comprado por xxx Cz e dá direito à entrada em muitos museus e atrações turísticas sem necessidade de comprar o ingresso nem enfrentar filas. Há ainda descontos para muitas outras atrações e até restaurantes. É válido por 4 dias.

Assim, com o Prague Card em mãos, entrei nos diversos espaços do Castelo pagando apenas o aparelho de áudio-guia (com desconto). Comecei pela Catedral de São Vito, tão impressionante como a de Milão, mas com uma história cheia de reviravoltas. Só pra dar uma idéia, a primeira parte – a chamada “Rotunda de São Vito” – foi construída no ano 925 pelo Príncipe São Venceslau, da Bohêmia. Ali mesmo ele foi assassinado dez anos mais tarde e acabou canonizado como São Venceslau. No século 11 iniciou-se a construção da primeira basílica, mas foi no século 14 que ela passou a adquirir a maior parte de sua configuração atual. Finalmente, em 1872 se iniciaram as obras de ampliação, sendo consagrada no ano 1929. É surpreendente como essas diversas fases de construção não descaracterizaram o estilo gótico, criado a partir do século 14. Passei um bom tempo admirando os vitrais magníficos, capelas suntuosas, tumbas e colunas altíssimas. Veja algumas fotos:











Depois da catedral, entrei no Palácio Real. Não é tão suntuoso como se devia esperar. Possui salões, câmaras e escadas formando labirintos comuns em castelos, mas a decoração é austera e a visitação vale pela observação dos aspectos construtivos. Veja algumas fotos:





Do palácio passei para a Basílica de São Jorge. Fundada ainda antes da Catedral de São Vito, esta pequena igreja mantém seu interior ainda como foi construído no século 10. Diferente das grandiosas catedrais, o clima aqui dentro é mais aconchegante e parece convidar mais à reflexão do que à admiração. Gostei! Veja fotos:



Da basílica desci pela ruela por onde entrei no Castelo e entrei à esquerda em um acesso a uma ruazinha estreita chamada Viela Dourada. Tem esse nome devido aos ourives que aqui viveram no século 17. São poucas e pequenas casas onde moraram guardas do palácio no século 16, os ourives no século 17 e miseráveis e criminosos no século 19. Devido a esses últimos, no século 20 as autoridades resolveram desalojá-los e restaurar o local. Desde então, abriga pequenas lojas de souvenirs, instrumentos musicais, livros e cristais. Veja a foto:



Saindo da viela Dourada entra-se numa pequena torre que funcionava como prisão e câmara de tortura... Eu já disse outras vezes que sempre tive um pé na Idade Média, mas, nesse caso, eu queria estar no lugar do carrasco... hehe...



Saindo da torre-masmorra há uma construção que abriga um museu do brinquedo... é estranho, mas estava lá. Não faz parte do complexo de museus do castelo e por isso deve ser pago à parte. Pela minha constante curiosidade dramatúrgica por brinquedos e brincadeiras, paguei e entrei. Não era exatamente o que se espera de um museu dessa natureza. Certamente muita gente levou crianças para o museu e elas certamente não se interessaram por uma infinidade de brinquedos expostos em vitrines... criança gosta é de pegar, usar, brincar! Valeu pelo registro histórico e por uma exposição temporária com centenas de bonecas Barbie em suas inúmeras versões. Foi a única foto que tirei:



Em frente ao museu do brinquedo está o Palácio Lobkowicz. Abriga um museu e um café, ambos recém-abertos. Um café? Ops... a barrinha de proteínas já vai longe e o estômago pede comida! Um lanchinho vai bem... e o que é um lanchinho tcheco? Ora... uma pequena porção de... Goulash! E estava muito bom!
Revigorado, entrei no museu da família Lobkowicz, aristocratas tchecos donos de uma grande coleção de obras de arte, toda ela exposta aqui e em outro castelo, nos arredores de Praga. Belos quadros, conjuntos de louças impressionantes, enfim, um museu muito agradável. Foi um belo encerramento para esse dia no Castelo de Praga.

Como já estava praticamente na saída, desci a ladeira e logo cheguei na estação do metrô próxima ao meu hotel. Queria ir direto para o centro da cidade explorar um pouco mais a Cidade Nova. Peguei o primeiro metrô, desci na estação onde poderia mudar para a outra linha que me levaria à Praça da República.

Estava eu andando pela estação em direção à outra linha quando resolvi olhar na minha bolsa para entender por que estava tão pesada. Lembraram de alguma coisa? Pois é... eu também não. Não devolvi o aparelho de áudio-guia e, por consequência, não peguei de volta o meu passaporte, que deixei como garantia...

Ainda bem que deu tempo. A devolução era até 18 horas e quando me toquei já eram 17h15. Sorte que o metrô é rápido e a estação era próxima. Mas vou dizer uma coisa: a subida estava bem mais íngreme agora... não sei como!

Bem, passado o susto e com o passaporte em mãos, voltei em direção à Cidade Nova para visitar um dos símbolos máximos da Revolução de Veludo que exterminou o comunismo da República Tcheca. Parece que vou visitar um monumento à luta revolucionária ou um museu sobre o domínio soviético, não é? Não. Fui ao shopping center... hehe... o outro símbolo é o Macdonald's, mas esse eu não visitei.



Depois de tanta história e cultura, um pouco de capitalismo consumista me faria bem. Melhor ainda porque entrei e saí sem comprar nada! Nem comer lá eu comi. Os restaurantes não não me atraíram. Resolvi voltar à Praça da Cidade Velha e escolher outro restaurante. Foi a melhor coisa que fiz!

Jantei no Restaurante Staromestská. Excelente custo-benefício. Por esse motivo, está sempre cheio. Os preços são convidativos e os pratos também. Difícil é decidir diante de tantas opções. E o cardápio vem em vários idiomas, inclusive português!

Escolhi um Pecenév eprové koleno. Não dá água na boca? Pra ficar mais fácil de entender, aviso que no primeiro 'c' e no 'r' de eprové tem acento circunflexo de ponta cabeça. Agora ficou fácil! Pois é... pra mim também deu muita água na boca! Enquanto esperava, um couvert de pãezinhos diversos com um patê de frango muito bem temperado. E cerveja! É claro!

Chegou o prato. Era ainda mais apetitoso do que o nome e a descrição no cardápio. Chegar de curiosidade. Dê uma olhada:



Na verdade era joelho de porco assado – ou cotovelo de porco, como estava no cardápio em português, guarnecido com repolho branco e roxo, mostarda lisa, mostarda com sementes e maçã com raiz forte. Absolutamente delicioso. A carne derretia e soltava do osso só com o pensamento. A combinação de maçã ralada com raiz forte – que conhecemos como “crem” – é divina e será adotada nas ceias da minha família... hehe...

Ai, ai... agora eu quero é cama!

Foi realmente uma quarta-feira cheia, aproveitada em cada minuto, sem correrias – exceto a devolução do audio-guia... mas, convenhamos, deu um arzinho de aventura nesse relato, né?

Estou praticamente "on-line" com o blog. Sei que hoje é domingo e o relato acima é de quarta, mas já tenho outros três dias escritos! A viagem de trem de Praga para Cracóvia rendeu muito... hehe... E o trem tinha mesinha e tomada pra notebook... só não tinha internet, mas acho que ainda era querer demais.

Só pra criar expectativa, amanhã bem cedo saio de Cracóvia e vou para Auschwitz... ansiedade pura.

Amanhã tem mais!

Até.

2 comentários:

  1. Agora tô entendendo pq não queria + almoçar conosco...estava se preparando para as delícias que encontraria aí, né... rs. Continue escrevendo e contando td! Adorei.
    abço, Renata

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  2. O purê de maçã não caiu atrás do fogão? hehehe, a Vó adorou a música!
    Vó, mãe e eu, hahaha

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