terça-feira, 21 de abril de 2009

Uma viagem especial!

Sim, eu já estive no Rio de Janeiro muitas vezes. A trabalho e a turismo. De passagem ou para alguns dias. Para grandes eventos ou simplesmente por estar lá.
Mas a última vez, neste feriado de Tiradentes de 2009, foi especial.
Foi a primeira viagem que fiz com a minha mãe (sem contar a praia). Foi a primeira viagem de avião que ela fez. Foi a primeira vez que ela esteve no Rio...

O objetivo da viagem era também especial: assistir ao concerto "Incanto", de Andrea Bocelli. Um sonho que ela sempre alimentou. E a vontade era tanta que nem a assustadora idéia de entrar num avião balançou a determinação. Comprei os ingressos, reservei as passagens, o hotel e no dia 18 de abril de 2009 embarcamos.

A partir do embarque percebi que viajava com uma criança. E não há nada de pejorativo nisso. Era criança por tudo ser novidade. Por haver inocência e candura no jeito de olhar e de comentar o que via. Comprovado: todo mundo vira criança quando faz algo que traz alegria e prazer, como... brincar!

O vôo foi especial (estou repetitivo?). Céu de brigadeiro (não, não estava forrado de chocolate granulado!), vista limpa e linda por toda a rota. Vimos praias do litoral do Paraná, a Ilha do Mel, o litoral de São Paulo e sua Ilhabela e o litoral do Rio, com a Ilha Grande, Angra dos Reis, Restinga de Marambaia... tudo ali, sob nossos olhares. A única coisa que minha mãe não conheceu foi a turbulência... melhor assim!

Já no caminho do aeroporto ao hotel, a curiosidade maior era pelas favelas. Qualquer aglomerado maior de casas gerava nela uma mistura de fascínio e medo. É uma pena que o lado negativo venha primeiro. Mas não me causou estranheza. Tudo isso é gerado pelo imenso desfavor que a mídia nacional faz pelo turismo interno. Quem chega ao Rio pela primeira vez quer saber onde é o Complexo do Alemão, a Rocinha, a Cidade de Deus. Depois que passa o "frisson" inicial, as belezas da cidade maravilhosa se descortinam e arrasam com qualquer imagem ruim. E foi assim com a minha mãe também!

O taxista foi generoso. Fez um caminho bonito e, deixando pra trás a linha vermelha, logo chegou na Lagoa Rodrigo de Freitas, linda e arborizada sob o sol carioca. Dali a Copacabana, um pulinho e logo estávamos no hotel.

Como nem tudo é especial, o check-in no Rio Othon Palace foi precário. Fila única para check-in e check-out é um absurdo e afronta nossa inteligência. Os recepcionistas tinham que gritar de vez em quando para ver se tinha alguém na fila que desejava "deixar o hotel". Quando finalmente chegou a nossa vez, preenchemos a ficha e fomos informados que o hotel estava lotado e ainda não havia quartos prontos, já que o horário de check-in era às 15h (chegamos ao meio-dia). Tudo bem, eu sabia disso. Não concordo, mas é a política do hotel, devidamente divulgada, então não tinha do que reclamar.

Deixamos as bagagens com o mensageiro e fomos almoçar. Como o cansaço da viagem já nos deixava preguiçosos, resolvemos almoçar ali mesmo, no hotel. Foi uma decisão acertada! Sábado no Rio (e no resto do Brasil) é feijoada na certa. E a do Rio Othon é muito boa. Sem contar que o restaurante fica no 30º andar, com "a" vista para a praia de Copacabana. Caipirinha vai, torresminho vem, o almoço seguiu às mil maravilhas.

Quase duas horas da tarde e descemos à recepção para pegar a chave do quarto. A fila estava ainda maior e continuava misturando check-ins e check-outs...
Tentei "furar", já que meu check-in estava feito e só faltava a chave, mas não deu certo. Quase todos estavam ali pelo mesmo motivo. Entrei na fila e, cerca de vinte minutos depois, consegui a chave. Minha mãe estava cansada e chegou a cochilar no sofá do lobby... Ela estava só cansada... nada a ver com a caipirinha ou a feijoada...

O quarto era ótimo! No vigésimo quarto andar, com linda vista para um dos lados de Copacabana. Dá uma olhada:



Mais à tarde saímos para uma água de côco no calçadão, sem muita caminhada, pois a noite seria longa. Voltamos ao hotel, nos arrumamos e às 19h30 saímos para o concerto, que começaria às 22h. Sabia que o local era longe e a possibilidade de engarrafamentos assustavam um pouco. Chegamos na Arena HSBC às 20h30. Deu tempo de entrar sem filas, fazer um lanche e sentar em nossos lugares sem atropelos. Para dar uma idéia, o início atrasou 20 minutos só por causa do engarrafamento na entrada...

E o concerto? Sim, foi especial!!! Andrea Bocelli tem, além da voz, é claro, um carisma que cativa mesmo aqueles que não apreciam o gênero musical. Vê-lo de perto mistura sentimentos de admiração e respeito pelo talento inegável e pela superação.
Na hora que ele subiu ao palco pela primeira vez, pensei que teria que levar minha mãe ao posto médico. Ela ficou muito emocionada. O programa do concerto foi meticulosamente preparado para encantar. Uma primeira parte de árias de óperas populares e, após o intervalo, canções italianas como Sole Mio, Mamma e Funiculi Funiculá.




Encerradas as músicas que estavam no programa, os aplausos de cerca de 10 mil pessoas o fizeram voltar e cantar outras quatro, também meticulosamente preparadas para nos deixar com muita vontade de... não ir embora! Enfim... foi especial!



Chegamos no hotel depois das duas horas da manhã. Com a alma lavada e a mente flutuando. Nem queríamos dormir. A vista noturna da janela do quarto completava o sonho:



No domingo, depois do café, no melhor estilo de hotéis grandes (bem servido e MUITO movimentado), fomos ao Corcovado.
Taxi para levar, esperar e voltar = 100 reais
Ingresso para o Corcovado = 13 reais
Ver sua mãe maravilhada com a vista que o Cristo Redentor tem da Cidade Maravilhosa = não tem preço!



Onde está Dona Tina? (De blusa regata verde-claro e viseira vermelha.)



Depois do Corcovado eu a levei ao Jardim Botânico. Sabia que ela não poderia ter uma jornada muito extensa no único dia de passeio, portanto escolhi o Jardim por saber que ela adora plantas e porque seria um passeio refrescante, já que sombra é o que não falta. Acertei em cheio! O parque é lindo e cada árvore ou flor diferente era motivo para uma exclamação de prazer. Paisagens relaxantes e belos exemplares de vegetação exótica fazem do Jardim Botânico do Rio de Janeiro um passeio imperdível. Sem contar a história que está presente em suas aléias, desde que D. João VI o criou.









Depois do passeio, descanso no hotel e fechamos a viagem com um "almoço-jantar" ali mesmo, em Copacabana. Comidinha simples e gostosa num daqueles restaurantes que ficam na Avenida Atlântica, com mesas sobre a calçada. Cinco horas da tarde, jogo do Flamengo e Botafogo acontecendo no Maracanã... tranquilidade garantida!

O retorno foi igualmente tranquilo e tenho certeza que foi um belo fim de semana. Daqueles em que você percebe que existem muitas maneiras de gastar dinheiro. Mas algumas são, sem dúvida, muito especiais!

Se quiser dicas de viagem no Rio de Janeiro, deixe seu comentário. Quem sabe eu possa ajudar!

2 comentários:

  1. Juninho, ler este relato me fez lembrar a viagem que organizou pra gente em Foz do Iguaçu. Vc realmente sabe adequar os passeios ao público, heim? Se não fosse teu trabalho que já é legal, tenho certeza que vc não teria problema algum e faria IMENSO sucesso como viajante profissional e organizador de viajens especiais! Não faltaria público!! ADOREI. bjs

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  2. Tenho certeza que a Vó adorou. Até hoje fala e deixa claro com o poster de Bocelli na estante da cozinha, logo na entrada principal da casa. Ela merece. E quanto ao comentário que fez, que ela "sempre alimentou este sonho", concordo. Lembro-me dela escutando ópera para até os ventos escutarem, e eu achava que era ela quem estava cantando. Coisas de criança. Realmente, o Rio é de tirar o fôlego. Adoro! Como dizem...

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